quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Algodão Doce Cristalizado

Cada dia que passo contigo
É mais um dia em que me sinto vivo
Não só pelo respirar ser mais fresco
Não só pelo céu ser mais amável
Não só por sentir o teu coração
Mas principalmente por isso
E talvez só por isso
Me sinto cada dia mais vivo
Com mais vontade de viver
Mas com mais saudades tuas
Porque o amor é como um cordel farpado
Ata-nos tanto a uma pessoa
Que quando nos separamos dela nos espeta
E espeta bem fundo na carne
Felicitando o osso e transbordando sangue
Relembrando-nos da dor de estar longe de quem se ama
De quão precoce é o sentimento de felicidade infinita
Que por mais tempo que dure acaba por desvanescer
Não no seu todo em algo triste e sem sentido
Mas numa espécie de dor magoante e profunda
Uma dor classificável como agridoce
Que dói por ser dor
Mas que nos alivia por a sentirmos

Por isso adoro que me doa
Adoro amar-te no sentido mais macabro
Adoro adorar-te e amo amar-te
Ficar sempre a teu lado e ser sempre teu amado
Abraçar-te num abraço deprimido
E ao mesmo tempo ser o teu comprimido
O teu peluche
E o teu mais profundo desejo
O teu sonho mais cor-de-rosa
E a tua mais doce guloseima
Um poço de açucar e sonhos
De algodão doce e lágrimas de alegria
Um rio de mágoas trespassadas
Um futuro de vidas vividas
Alegrias que por vir estão
Memórias que para sempre permanecerão
Fotografia em moldura de madeira
Nada que me volta a fazer sentir desta maneira
Tu, só tu e nada mais
Uma vez agora, outra vez mais

domingo, 18 de outubro de 2009

Sorriso Parvinho

Abraço-me à almofada
Na qual outrora deitaste a cabeça
Na esperança do teu aroma detectar

Sinto-me perdido
Pois não te encontro
Sinto-me perdido
Nas malhas da memória
Memória essa que me leva
Para uma noite de amor
Algures no tempo
Perco-me novamente
Na simplicidade do momento
E por segundos
Sinto a almofada a abraçar-me de volta

Sentir-te não só comigo mas também perto de mim
É algo maravilhoso e inigualável
Um sentimento harmonioso e feliz
Um entrelaçar de dedos que se encontram
O esboçar de um sorriso inocente

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estridência

Mais um berro silencioso
Mais um silencio quebrado bruscamente
Um violento rugido tenebroso
A melancolia de um ser descontente

Vidros quebrados ensaguentados
Sangue puro e inocente
Alma falecida de muitos desgraçados
Alma que não mais sofre felizmente

Por entre melodiosos sons molhados
Selvagem é o respirar da Natureza
Confusão de sentimentos empilhados
Uma emergente tristeza

Olhos assustadores e sorriso malicioso
Prefurantes por entre maior beleza
Grito estridente e poderoso
Sonoridade de gutural profundeza

Alegria De Tristeza

Por ti espero sentado
Com a chuva a bater-me nos pés
Sinto-me vazio por dentro e molhado por fora...

O suor que há horas escorria pela minha pele
Desvaneceu por entre estas gotas de água morna
Tornando-se no vapor que envolve a minha mente

O meu coração sente-se também ele envolto em névoa
Névoa negra e obscura
Névoa da perdição pelo amor eterno
Névoa que me envia para o Inferno

Triste estou uma vez mais
Mais uma lágrima enche a garrafa das mágoas
Mais uma porção de água salgada
Mais uma bela máscara estragada

Cabelo negro a escorrer pelo pescoço
Cabelo negro confuso num alvoroço

Tristeza de quem quer mas não pode ter
Alegria de quem tem mesmo sem querer

Por ti e por mim
Por nós tudo é possível
Nunca digas nunca
Pois nunca é previsível

Abraça-me uma vez mais
Aconchega-me bem perto do teu peito
Quero sentir-me em paz novamente
Em paz como um defunto no seu leito