terça-feira, 27 de julho de 2010

Detective Tourette

Noite fria, gelada. Sigo eu o suspeito, a pé, com a típica gabardina e chapéu de quem não quer ser descoberto. Vejo-o entrar por uma porta, numa rua pouco iluminada, e paro para pensar se seria boa ideia entrar. Decido esperar e fico escondido atrás de um carro estacionado. Após uns minutos ele sai, acompanhado por dois homens armados. Saio de fininho, regresso ao meu carro e repenso a minha estratégia. Volto a seguir o suspeito, desta vez de carro, e peço alguns reforços. Após o pedido depressa encurralamos o suspeito e assim, saio do veículo e revelo-me.

- O senhor tem o direito de per...caralho fodasse merda...manecer em silêncio.

- Ahahahahahahah! E é um descontrolado como tu que me diz isso?

Perco o controlo de vez e esmurro-o até que este fica inconsciente. Volto para a esquadra, deixo-o à entrada com os meus colegas e vou para casa, no entanto ainda os ouço conversar.

- Viste o que ele fez ao gajo?

- Ainda isso não é nada. Dizem que já arrancou as mãos a um par deles para que não pudessem agarrar em nenhuma arma.

Tento ignorar todas as bocas irreais e foco-me na minha vida. Mas... é cada vez mais difícil. Tudo pelo que me esforcei tem começado a quebrar. Desde pequeno que estou ciente de que tenho Síndroma de Tourette, e sempre recusei medicação, sempre acreditei na minha força interior, e até há uns tempos sempre consegui superar as coisas, umas mais facilmente, outras com mais dificuldade. Consegui terminar a escolaridade obrigatória e ainda prosseguir estudos, e encontro-me hoje numa esquadra da polícia ocupando um cargo de detective, ou coisa parecida. A minha família sempre me apoiou, embora pela noite fora ouvisse os meus pais a chorar e a questionarem-se onde teriam errado. Quando tinha os meus 20 anos o meu pai faleceu e a minha mãe desapareceu, fiquei sozinho no mundo. Amigos nunca os tive, nem nunca me interessei em tê-los, se sempre consegui tudo sozinho nunca vi mal algum em continuar assim. No entanto um ombro no qual pudesse repousar era algo que neste momento não recusaria.

Novo dia, e pelas 8.30 da manhã já me encontro na esquadra a estudar novo caso.

- Oh barulhento! Vê lá se te controlas da próxima! Precisamos deles em condições de falar! Palhaço da treta, aberração!

Levanto-me e saio. Sempre evitei o diálogo o máximo possível, tudo corre melhor enquanto mantenho a boca fechada. E como já sabia que trabalho me esperava não olhei sequer para trás. Havia algo neste caso específico que me chamava, uma espécie de dejá vu quando olhava para a assinatura nos documentos que se encontravam no processo. Enfim, há-de ser apenas impressão. Levo alguns dias a seguir o suspeito, que continua a manter aquela chama de algo familiar.

- Então fala-barato, já há avanços? Tão pá? Não te ensinaram que deves responder a algo quando te perguntam?

- E não vos ensinaram a ter...porra colhões...respeito?

- Tu não tens nada que dizer sobre isso. Não dizes uma frase sem um palavrão. - e levanta a mão com a qual me esbofeteia em seguida, habituei-me ao fim de alguns meses, mas é um mau hábito.

- Fartei-me de todos vós! Puta cona! - E saio, indo terminar oi meu trabalho.

- Vai e não voltes! Criatura do diabo...

Sempre fui gozado, não é de agora. Sozinho também sempre estive, mais ainda desde que os meus pais desvaneceram, frequentava eu ainda o ensino secundário. Mas sinto-me demasiado cheio, já prestes a explodir. Como se tal não bastasse, fiz o meu trabalho de casa e descobri que o meu criminoso não é senão um ex-polícia do outro lado do mundo, e mais, meu avô. Marquei um encontro com ele perto duma falésia extremamente rochosa, ele é demasiado perigoso, e eu também, portanto nenhum de nós deve andar à solta. Quando chego ao local não se vê mais nada nem ninguém para além de mar e algumas dezenas de metros de rocha. Saco de um cigarro, nunca fumei, mas como dizem, há sempre uma primeira vez para tudo.

- Não devias fazer isso...neto.

- Olá avô. - Falo sem tirar os olhos de uma gaivota que sobrevoava o mar azul de uma tarde de inverno. Dirijo-me depois ao porta-bagagem do meu automóvel. Avô...picha ranhosa com mel de foda...importa-se de chegar aqui? Tenho algo...cacetes de peluche...que lhe gostava de mostrar...

- Sabes, conheci uma vez alguém com o mesmo problema que tu. Existem medicamentos que te podem ajudar. Mas por enquanto, o que me querias mostrar?

Ao chegar perto do porta-bagagem o velho recebe um murro meu no estômago e atiro-o para dentro da mala do carro.

- Gosto em saber. - Fecho-o lá dentro e ligo o carro, ponho uma pedra no acelerador e faço o carro atirar-se do íngreme penhasco. Oiço depois o barulho do carro explodir após ter embatido contra as rochas, e ver o mar a reflectir as luzes da reacção explosiva é algo lindo. Chego-me à beira da falésia e ajoelho-me. Oiço paços e passo a vista por cima do ombro. Tiro a pistola e meto-a na boca. - Olá mãe...cara... - Primo o gatilho.

NIGHTMARE

Saiu hoje o mais recente álbum da banda de Heavy Metal norte-americana Avenged Sevenfold.
Li, especulei, ouvi, gostei, desapontei-me.
Gostei da rapidez do álbum, as músicas mais brutas, a diversidade nas faixas, enfim, uma viagem por um pouco do trabalho da banda.
Como grande fã, a notícia da morte de Rev deixou-me transtornado, e este trabalho é sim uma óptima homenagem a essa grande personalidade da bateria, da música e do mundo.
No entanto, o tom das diferentes músicas torna-se um pouco igual, o conteúdo das letras também não difere assim tanto, e isso é compreensível, mas desapontante.
Aconselho o álbum, é bom de ouvir uma vez por outra, mas não estão no seu melhor, e ninguém lhes pedia isso.
O Pesadelo é como o levantar de uma fénix sobre as próprias cinzas.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Neo-Portal - Capítulo I

“O portal fechou-se, e dentro dele ficaram todas as criaturas que dele tinham saído. Todas excepto uma…”


- Já está? É só isto? Que decepção… E são livros destes considerados os melhores de sempre e tretas afins… Tristeza de mundo, se bem que seria interessante uma boa duma vampira aqui… Ai se era…

Foi desta maneira que terminei de ler o livro que todos os meus amigos me aconselharam a ler, mas não pude disfarçar a minha desilusão. Num mundo cheio de tanta coisa mágica, porque só se escreve sobre vampiros? Porque não um livro acerca de unicórnios, ou borboletas? Não se vê nenhum livro que fale de como são bonitas as borboletas ou de como uma borboleta vive a sua adolescência. Ou se queremos ficar apenas pelos humanóides, como seria a vida de alguém com uma maldição que obrigasse a pessoa a viver como uma gárgula nocturna? Pedra de noite, humano de dia… interessante não? Ou talvez apenas alguém com esquizofrenia, ou alguém possesso?! Mas não, o mundo não está preparado para tal coisa… Em vez disso tudo o que se vê são “Twilights” e “Vampire Diaries” por tudo quanto é livraria e tomando nomes e tamanhos diferentes, depois é filmes e series televisivas baseadas nestas duas sagas de livros ou noutras às quais estas possam ter ido buscar inspiração, o que é certo é que nada é original… Mas enfim, o mundo gira e a chuva continua a cair nesta noite invernosa de tempestade.

O sol bate-me nos olhos à medida que vou acordando lentamente e a minha mãe já grita “Alexandre Romeu, desce já essas escadas!”, nisto entra o meu irmão no quarto.

- Se queres boleia despacha-te, o Jonas já chegou para vir buscar a Salomé e não deve demorar a ir embora.

- Sim Fred… Eu hoje vou de bicicleta…

Desço as escadas ainda a cambalear de sono e a meio do processo a que chamam vestir, agarro numa torrada e vou comendo pelo caminho. Pego na bicicleta estacionada na garagem e começo a pedalar. Chego à escola já atrasado mas ainda a acabar de tragar a torrada mas tal não me impede de irromper pela sala de aula.

- Professor Dias, posso?

- Para você é Dr. Dias! E não, não pode sem antes terminar essa torrada repleta de manteiga, esse apetitoso bocado de pão torrado a uma temperatura não muito quente, essa fatia divina…

- É servido? – Pergunto eu procurando satisfazer o desejo aflito do Dr. Dias.

- Não, não senhor! – Recompõe-se o Dr. Dias um pouco atrapalhado – e faça o favor de se sentar!

- Mas ainda não terminei a minha fatia divina…

- Não lhe deram educação em casa?! Não sabe que quando o professor manda o aluno obedece?!

- A minha mãe encarregou-se disso, e deixe-me dizer-lhe que fez um óptimo trabalho. Como tal, dê-me licença que vou entrar, sentar-me e acompanhá-lo a si e aos meus colegas em mais uma das suas nada aborrecidas aulas.

- Mais uma dessas e assiste à aula do lado de fora do edifício.

As aulas passam depressa e já é hora de almoço. Encontro-me com os meus amigos na cantina da escola. Sentados na mesa do costume, no fundo da cantina no canto direito, já lá estão a Luísa, a Marisa e o Júlio.

- Boas pessoal!

- Que o sol ilumine essa tua face horrenda… Acordaste agora?

- Não Júlio não, mas podia.

- Estás mesmo mal tratado moço. Que fizeste esta noite? Brincaste um bocadinho contigo mesmo? Foi? Foi? – Pergunta Marisa num tom de brincadeira.

- Marisa, isso é algo íntimo meu, e não, não foi o que aconteceu. – procuro disfarçar o meu sorriso maroto – Fiquei foi a acabar de ler aquele tal livrinho da treta, que mais parece um jogo de vídeo que retira a maior parte dos aspectos dos livros de vampiros que se vêm aí hoje em dia, e deixei-me dormir tarde.

- Vai alimentar-te e senta-te aqui connosco.

No caminho para a fila do bar olho pela janela e vejo o meu irmão à luta com um rapaz. Vou lá fora ver o que se passa e apercebo-me que o motivo da luta é, mais uma vez, uma rapariga.

- Não tinhas nada que te meter com ela! Sabes muito bem que ela estava comigo! – Grita efusivamente Fred para o indivíduo encapuzado.

- Meu, tu curtis-te com ela quê? Sete, oito vezes no máximo não? Daí a “estar contigo” vai uma grande diferença…

- Cala essa boca camelo! – Fred guincha estas palavras ao empurrar o seu punho fechado contra o estômago do oponente que fica atordoado por um pouco, aproveitando Fred para espancá-lo.

- Frederico Antunes! Já para o meu gabinete! – Ordena a Senhora Etelvina, directora da escola, e num estalar de dedos dois dos seguranças agarram no meu irmão.

Espero por ele à porta do gabinete e quando ele sai pergunto-lhe em que se meteu desta vez.

- Foi o maricas do Leo, meteu-se com a Rita.

- Sim, e onde entras tu nesta história?

- Entro na parte em que ele se vai meter com ela, quem está com ela sou eu! Ele não tinha nada que se meter com ela se sabia que ela estava comigo!

- Sim mas… Tu sabes como as coisas são hoje em dia, e tu não namoras com ela pois não?

- Não, nem tenciono fazê-lo. Mas se ela tem andado a curtir comigo há umas duas semanas não tinha nada que andar a curtir com outros ao mesmo tempo.

- Tens que rever muitas coisas amigo. – Afirma Rita que acabara de aparecer – Eu sou livre, faço o que quero, com quem quero, porque quero, como quero e quando quero, e não é lá por te ter agarrado nos tomates uma porção de vezes que vou passar a ser a tua cadela. E para que conste, ele é melhor do que tu… – Rita encosta a boca ao ouvido de Fred - …em tudo. – Sorri e abandona o corredor sem olhar para trás.

- Vês mano? Ela não vale a pena, só estava a brincar contigo, a fazer de ti parvo. E conseguiu…

- Mas não se vai rir durante muito mais tempo… E quanto aquele Leo, há qualquer coisa de estranho com ele, e eu vou saber o que é.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crónicas De Um Sem-Nalga: A Monotonia

Agora em casa
Fazer penso todos os dias
Acções bastante limitadas
Dias cheios de monotonias

Não há muito sobre o que relatar, agora os meus dias são passados no computador, a ver coisas diversas, a jogar... As dores também não são nada do outro mundo, enfim, tudo se resume a monotonia, aborrecimento, chatice, e muita, muita paciência.
Estas crónicas voltarão um dia, nem que seja apenas para se depedirem.

Kiss kiss bang bang

domingo, 11 de julho de 2010

Crónicas De Um Sem-Nalga: The Comeback

Fui para ficar lá um dia e acabei ficando dois e meio!
Cirurgia de Ambulatório, retirar cisto, voltar para casa. Era assim o plano, no entanto nem tudo corre como planeado e, ao invés de me ser retirado um cisto foram-me retirados dois!
Anestesiado e a dormir foi como passei a cirurgia, mas após acordar não posso esconder a aflição que é não conseguir mexer a parte inferior do corpo (devido à anestesia conhecida como "epidural"), embora soubesse que esse efeito era apenas temporário.
Já haviam passado várias horas após a cirurgia e eu todo contente pois a hora de ir para casa estava a aproximar-se, além do mais agora já so tinha que recuperar e não mais me preocupar com este problema, quando começo a sangrar bastante e sou alvo de mais uma pequena intervenção a sangre frio, digamos que remexer num buraco do tamanho de meia nádega com compressas de uma maneira um tanto agressiva não é nada agradável. Acabei por passar uma noite no hospital. Dia seguinte, ainda sangue indesejado espreitava o céu azul, e então foi marcada nova cirurgia e, às dez da noite, sensivelmente, vou novamente para o bloco operatório. Ficando tudo bem desta vez voltei para casa há cerca de uma hora e aqui estou relatando mais um episódio desta saga.
Agarrem-se ao que vos pode cair,
Daniel Oni Gurreiro

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Crónicas De Um Sem-Nalga: Até Já



Nem mais! 12 horinhas e fora com o cisto!
E agora que a introdução foi feita e a situação é conhecida, proponho-me, eu próprio, a mim mesmo, relatar o meu percurso daqui para a frente relativo a este assunto.
Sem mais a adiantar, fico, por enquanto, por aqui.
Até Já

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Crónicas De Um Sem-Nalga: Processo De Encerramento Do Orifício



Numa palavra. Tratamento. Noutra palavra. Recuperação.
Às tantas já não é tanto a dor, pois esta diminui, mas sim o aborrecimento de ir todos os dias ao centro de saúde fazer o tratamento, ou seja, desinfectar e fazer novo penso, dia após dia após dia após dia. Sorte a minha que tenho um óptimo poder de recuperação e regeneração física, e em semana e meia melhorei consideravelmente, tendo apenas que continuar a fazer tratamento devido à indicação médica.
Enfim, este terceiro episódio destas crónicas é bastante curto, mas também assim foi esse período da minha vida, aborrecido, e custou-me uma semana de aulas!

Beijinhos e abraços

Crónicas De Um Sem-Nalga: Ainda Com As Duas, Criação Do Segundo Buraco Do Cu



Relato agora a minha anterior experiência com este tipo de "bicho".

Noite de Natal, e eu sem me dar sentado! Era o meu, então desconhecido, amigo cisto que me incomodava. Cedo me deito mas tarde adormeço, apenas para cedo voltar a acordar e rumar ao hospital mais próximo, uma vez que as dores eram insupurtaveis.
Receitaram-me panos quentes (o que, diga-se de passagem, sabe bem), e disseram-me que era um problema de hemorróidas, e eu "ok, começo a tar farto de "hemos"".
Fim-de-semana passado, melhoras nem velas, dormir era mentira e a única coisa de real que tinha eram dores. Nova viagem ao Hospital, desta vez não ao mais próximo mais ao mais próximo a seguir, onde, aí sim, detectaram a verdadeira origem do problema. Um cisto pilonidal que havia infectado e que estava ali a pedir para ser retirado, traduzindo-se este pedido numa infecção do tamanho de um ovo. Lá fico eu de cú para cima enquanto o senhor doutor gentilmente me faz a barba aos glúteos, passa um daqueles sprays aos quais gostam de chamar anestesia (frios como tudo, mas de anestesia pouco teêm), e ao sentir o objecto portador de serrilha a perfurar-me pele e carne, PUTA QUE PARIU! (desculpem a expressão, mas a sério, é isso mesmo) E depois do primeiro corte? Veêm os outros, e a dor aguda de uma pinça a retirar os pelos do interior do buraco agora feito (estão a ver a dor de fazer as sobrancelhas com pinças pela primeira vez? imaginem isso no cu. Agora imaginem dentro do cu, ai está). Aquela interminável dor terminou após vinte e cinco minutos de pura dor interior, extremo calor proporcionado por esta (recordo que estávamos entre o Nata e o Ano Novo), as arrancadelas do papel que põem na marquesa, e digo-vos se não fosse o facto do senhor doutor até ser um gajo porreiro e gostar de Rammstein tinha sido muito pior! (estava a ser reproduzido o mais recente álbum da banda alemã: "Liebe Ist Fur Alle Da", nunca mais o ouvi da mesma forma...).
Após tudo isto, mandaram-me para casa com a ferida aberta (pois tem de cicatrizar por segunda intenção, ou seja, de dentro para fora) e eu sem me poder sentra lá vim deitado no carro.
É assim que se fica com um segundo buraco entre as nádegas, e digo-vos, em nada é agradável.

Piss aute (mas não fora da sanita)
You're not so friendly not so neighbour, Daniel Oni Guerreiro

terça-feira, 6 de julho de 2010

Crónicas De Um Sem-Nalga: Ainda Com As Duas



Pois é, tal como o título sugere, dentro de sensivelmente 4 dias viverei mais leve por um período de tempo, ficarei "desnalgado". E porque me vai ser retirada uma porção de carne a uma parte tão inexistente do meu corpo? A resposta, caros amigos, é simples: Cisto Pilonidal.
O que é?
Como funciona?
Em que afecta?
Como é que se pega?
Como se trata?
Come-se?
Estas perguntas obterão as suas respectivas respostas no documento infra, com óbvia excepção daquelas que se apresentam obviamente absurdas, como é óbvio.

"O que é?

Cisto pilonidal é o nome específico que se dá para o mais comum dos cistos dermóides, quando ele se localiza na região sacral (abaixo da região lombar, onde se inicia o sulco entre as nádegas). Cistos dermóides podem estar presentes também em outras áreas, além da região sacral, tais como o pescoço, regiões em torno das orelhas, nariz e olhos, mas não recebem o nome de cisto pilonidal.

Apesar do nome nos fazer crer se tratar de um cisto, na verdade ele não é um cisto verdadeiro e sim um resquício embrionário de pele. Durante o desenvolvimento do embrião, na barriga da mãe, formam-se "dobras" de pele que são normalmente eliminadas. Algumas destas "dobras" podem permanecer ocultas no interior da pele. São denominadas fendas embrionárias e, quando são grandes o suficiente para inflamarem ou serem notadas a olho nu, recebem o nome de cisto dermóide.

Normalmente o cisto pilonidal contém em seu interior pêlos e glândulas sebáceas e sudoríparas. Provavelmente é a presença destas glândulas sudoríparas que faz com que a lesão piore com o calor. Isto porque com o aumento da temperatura no local elas produzem suor, que fica acumulado dentro da pele, podendo inflamar e até infeccionar.


Manifestações clínicas

Normalmente os primeiros sintomas surgem na adolescência ou no início da idade adulta. A doença se inicia como uma inflamação na região sacral. Surge desconforto na região, principalmente quando permanecemos muito tempo sentados. Com a evolução, percebe-se uma lesão nodular, que geralmente varia de 1 a 5 cm, de consistência amolecida e que pode ter sinais inflamatórios, como dor, calor e vermelhidão.

O calor, calças apertadas e o atrito nesta região são importantes causas para o surgimento da inflamação, tanto que na segunda guerra mundial o cisto pilonidal era chamado de doença do Jeep, porque os soldados que permaneciam por horas e horas sentados nos Jeeps sofriam constantemente deste problema (calor, muito tempo sentados e o atrito constante).


Tratamento

Tradicionalmente, os cistos dermóides, bem como o cisto pilonidal, são removidos cirurgicamente e deixados para cicatrizar por segunda intenção, método utilizado para o tratamento cirúrgico de lesões infectadas (a ferida fica aberta, não recebe pontos e cicatrizando de "fora para dentro").

Atualmente, devido a um maior conhecimento de sua verdadeira origem, eles são removidos cirurgicamente e fechados também cirurgicamente, o que em muito facilita a vida dos pacientes, que tem uma rápida e tranqüila cicatrização. Entretanto, o fechamento cirúrgico só pode ser realizado se o cisto não estiver inflamado. Logo, o momento ideal para a cirurgia é quando a lesão está silenciosa, sem incomodar.

Quando ela encontra-se inflamada, o melhor é procurar um dermatologista para reverter este processo (usualmente com antibióticos e drenagem, se houver pus) e, posteriormente, agendar sua cirurgia ou encaminhá-lo a um cirurgião dermatológico."
retirado daqui

Pressinto e vos digo que depressa voltarão a ler de mim.

Cumprimentos, de metros a kilometros