sábado, 22 de agosto de 2009

Morte Pela Liberdade

Deixo que a melancolia me guie
Confio nela mais que em mim
Sei que ao menos ela não me trairá

Penso em não pensar
E esforço-me a todo o custo para não falar
Fecho os olhos e sinto-me a flutuar
Sinto que sou mais leve que o ar
Sonho que é tudo imperfeito
Que tudo tem uma grandiosa falha
Uma falha que compromete a existência
Acordo e reparo que não estava a sonhar
Mas se não estava a sonhar
Se estava a viver a realidade
Então porquê sentir aquela sensação de liberdade total
Uma descumunal vontade de voar para longe
De deixar que os meus membros se separassem
E tomassem rumos diferentes...

Pequenas palavras vindas do nada
Grandes ideias repousam na mente
Mente pútrida e atormentada
Mente fraca e decomposta
Mente deliquente
Procura por algo que transborde vida
Um animal morto na beria de uma estrada
Uma simples brisa de ar fresco e abafado
Um simples "olá" sussurrado ao ouvido
Uma única lágrima derramada por cima de uma flor murcha
Murcha de amor
Murcha de paixão
Morta pelo destino
Pela preguiça em forma de mentira
Desvendando os mistérios da morte
Abraçando a vida com nada
Sentimento de culpa por estar feliz
Sentimento de culpa por ser quem é
Sentimento de repugnância ao olhar-se no espelho
Sentimento de ódio por se ter tornado assim
Uma sede de sangue sem fim
Uma besta incontrolável nasce por dentro
Alastra-se por fora
Irrompe ossos e pele
Devasta campos de vida
Ceifa luz sem piedade
Choca brutalmente contra a parede invisivel que delimita a sua liberdade
E falece não resistindo aos hematomas

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sementes De Pessoa

Tou fodido dos cornos
Não importa o que digam
É mais um dia de confusão
Mais um dia de ilusão

Pessoas chegam, pessoas vão
Mas nada mudou
Nunca nada mudou
Nao seria agora que ia mudar

Joga uma semente no cimento
Repara no que acontece
Não cresce
Não porque não lhe dão tudo o que precisa
Como água e sol
Mas porque não está onde deveria estar

A esta semente se assemelham muitos de nós
Temos o que necessitamos
Mas não estando no local correcto
Não conseguimos evoluir

Todos somos sementes
Nunca vamos passar disso
Podres e pequenas
Pessoas certamente

Infância Adulta

Céu azul
Mar vermelho
Relva verde
Branco é o coelho

O pássaro que canta alegremente
Condena o seu amor pela natureza
Uma vida contente
Uma existência de beleza

Nuvens, artistas dos céus
Libertam a sua graciosidade aos olhos do mundo
Navegam com a brisa do ar puro
Conhecendo todo e qualquer sentimento profundo

Com um sorriso nos lábios
Uma criança feliz voa num mar de emoções
Abre os olhos e apercebe-se
Que está a preencher corações
Com toda aquela sua felicidade abundante
E arranca um pestanejar flamejante
De quem o está a apreciar

Alegria de um pai
Felicidade de um filho
Saber que quem se ama
Nos acompanha no nosso trilho

Gabar De Viola Na Mão

Olhos como pérolas
Pele como diamante
Lábios como rosas
Uma beleza estonteante

Noites de luar
Frias e escuras como breu
Contigo a sonhar
Eterno sonhador sou eu

As estrelas a brilhar
O vento a uivar
Por ti a chamar
Até a felicidade chegar

Espero que oiças
Esta declaração
Produzida nas fornalhas
Do meu coração