Chegou o Verão
A neve começa a derreter
A minha face luz volta a receber
Fiquei conservado em gelo
Mas não me lembro porquê
Apenas me encontro a mim
Só eu, uma montanha e o horizonte
Não tenho identidade e de pouco me lembro
Sei que subi a uma montanha
Aconteceu-me uma coisa estranha
Mas de mais nada me recordo
A muito custo desço de onde estou
Não conheço o que está em meu redor
Ouve apens um alguém que me encontrou
No tempo e no espaço me situou
Agora já sei quem sou, mas não o que faço aqui
Tenho a sensação de que não vou saber
O mundo está prestes a acabar
Vai tudo explodir
Nenhum de nós vai restar
Parto tranquilo e incógnito
Não sei para que servia
Penso que é melhor assim
Apenas uma coisa sei
Não estive dormente 6 meses
Mas sim 6 anos
Que em muito modificaram
A maneira de ser dos humanos
Em poucos ficou a essência
De marcar a diferença e seguir em frente
Para não ser só mais um
Nesta rede de miséria
Onde cada um é pior que o anterior
O humano é um ser inferior
Que pensou ser supremo
E acabou por se destruir
Poderia ter sido melhor
Que o calor não tivesse chegado
A esta horado estaria congelado
Não assistir a esta dor
Não vivenciar o fervor
De estar vivo mais uma vez
Estar para lá do Vale de Nenhures
No reino onde não há supremos
Mas apenas inferiores
Que se desenvolvem para emergir
Na grande terra dos horrores
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