domingo, 12 de agosto de 2007

Sou Repelido

Já vi que sito não é para mim
Uma vida estável e os problemas a desaparecer
Quase tudo o que eu queria estava a acontecer
Pensei que fosse tudo imaginação
Mas no dia seguinte verificava que era real
Sinceramente foi bom
O sentimento de paz e de reconstrução
Podia fazer agora muitas das coisas
Que antigamente não podia
E estava bastante feliz
Além disso tinham acabado
Todos os problemas entre pessoas
E toda a gente se estava a dar bem
O que interessava estava óptimo
Mas já calculava que tudo fosse bom demais
E de facto era mesmo assim
Pois passado dois meses
Tudo começou a piorar e a piorar
A cada dia que passava estava pior
As pessoas começaram a afastar-se
Alguns problemas a voltar
Outros novos a surgir
Os amigos a desaparecer
E outros a trocarem-me
Enfim, era um Mundo "Perfeito"
Mas agora já tudo está num ponto
Em que a pouco e pouco sou repelido
Cada vez mais afastado
De tudo e de todos com quem me preocupo
Não se lembram de mim
E deixam-me de fora ou para último
Mas já me começo a habituar
O que sinceramente não esperava
Era que fosse repelido e rejeitado
Pessoas que definitivamente se esquecem de mim
Outros que dantes me preferiam
Recuperam agora com outros
Deixando-me a mim sozinho
A sofrer no negro brilhante
Onde ninguém me contacta
E sempre que tento contactar alguém
Sou repelido e fico sem resposta
Ou simplesmente me escondem assuntos
Em que muitas vezes posso ser útil
Outras vezes nem por isso
Mas sabem que mais
Sou uma pessoa
Como qualquer um de vocês
Lógico que um pouco diferente
Mas também tenho sentimentos
Fico triste e enraivecido
Tal e qual a vocês
E embora no princípio não fosse muito sociável
Nunca imaginei que isto acontecesse
As pessoas que me tornaram mais sociável
Agora não socializam comigo
O que quer dizer que estou só

Retrospectiva

Num breve olhar de relance
Sobre a minha pobre existência
Apercebo-me das pequenas coisas que fiz
E dos grande erros que cometi
Por ter sido cego e não ter ouvido
Tudo o que em meu redor estava e opinava
Tentando parar a minha sede de objectivos
Quando a vingança parecia perto retrocedi
Deparei-me com inúmeras quiméras
Ainda mais cruéis que as que havia poupado
Mas estes monstros tinham uma particularidade
Surgiram de onde eu menos esperava
Vindos dos cantos iluminados da minha vida
Foram exterminando a minha alegria
E devoraram a minha alma
Queimando o meu corpo em milhares de locais
Absorvendo as minhas cinzas como alimento
Acabando com a minha monstruosidade
E ajudando a sociedade
A impedir que aqueles como eu
Se aproximem de uma vivência perfeita
Mas renasci como um deles
E por meses me mantive
Para que olhando em frente
Obstruísse as visões do passsado
E voltasse à originalidade
Num jeito de retrospectiva

Quero Sair

É certo que todos nós
Pretendemos sair de algum local
Pois eu apenas anseio
Em sair deste...

Uma Paisagem Perdida

As nuvens cintilam no céu flamejante
O sol esconde-se atrás de um penhasco
A lua flutua com o vento
E as àrvores acompanham o momento
Os relvados omitem luz
Enquanto a água emite visões
A simplicidade de quatro campos floridos
E a resistência dos grandes carvalhos
Faz parte de um campo lindo
Em que tudo habita harmoniosamente
Coelhos e patos vivem felizes
Por outro lado veados e gnus lutam ferozmente
Enquanto panteras e elefantes observam
Todo o espaço por habitar
Reinado por uma paz interminável
E onde a desordem é impossível
Tudo é livre e refrescante

Uma paisagem perfeita
Que apenas em pensamentos é alcansável
Mas infelizmente a realidade não permite
Que sonhemos com coisas perdidas

O Suicída Imortal

O Futuro já não é tão risonho
E o Presente é tristonho
Como o Passado desmoronado
Morto por um suicídia
Que pôs fim à sua vida
No cantar de uma melodia
Que jorrava melancolia
Por ser demasiado triste
E ter muita solidão
Despertava ao pôr-do sol
Divertia-se durante a noite
E dormia nas horas claras
Vivia desesperadamente
Na tentativa de fazer o que achava certo
Mas essa obceção foi excessíva
E ao fazer o correcto
Suicidou-se com amor
Mais de duas vezes morreu
Reviveu sempre da mesma forma
E repetiu a sua morte
Na esperança de uma aceitação
Ou para chamar a atenção
Sempre o fez com paixão
Esta sempre foi em vão
E devolvida em sofrimento
Ódio e desprezo apareciam
Para lhe retirar a pouca força
E derrubá-lo na sua invenção
Uma máquina de morte e procriação
À qual faltava o coração
Do seu infiel criador
Que morreu desprezado
E ressuscitou menosprezado
Pronto a ser quem é
Sem receios nem certeza
Mas sempre de alma sofrida

A morte fascina-me
E já falei com ela
Mas recusei os convites
Porque sou esquisito demais para viver
Mas raro demais para morrer

O Demoníaco Monstro Do Inferno

Hoje é dia de cinzas ardentes
Dia de criação e aniquilação
Dia triste mas alegre
Dia de escuridão e trevas
Dia da minha transformação definitiva
Num monstro há muito adormecido
Depois de uma aparição muito breve
Voltou por tudo e todos
Velhos inimigos e novos companheiros
Destruídor mas imperfeito
Adequado para esta existência
O seu bombardeante desejo de morte será cumprido
Muito mais cedo do que esperado
Preparem-se simples mortais convencionais
A hora do despertar chegou
E amanhã a ela tudo regressou

Não É Óbvio

A lógica é traiçoeira
Muito mais do que parece
Quando se alia aos factos é devastadora
mas sozinha é uma mera palavra
Sem qualquer definição
Que opta por se tornar
Filha da rejeição
Para evitar a vergonha
De uma ou outra mentira
Refugia-se em locais recônditos
E espera astuciosamente
Por uma oportunidade adequada
Para se voltar a mostrar
E dar a conhecer a realidade
Porque nada do que está escrito
É assim tão óbvio

Música

Melodias tocadas ao longo dos tempos
Sempre com a mesma alegria e felicidade
Não há ninguém que dispense
Um bom momento musical
Pois é algo ancestral
E em constante evolução
Todos os dias a ser modificada
Muita música é criada
Canções simples mas profundas
Muito diferentes umas das outras
Mas todas têm algo em comum
O sentimento de quem aprecia música
É sempre um prazer escutar esta dádiva
Transmitida de várias maneiras e estilos
Mas sempre com a mesma paixão
A paixão de quem adora o mundo músical
Porque sem música
Este mundo estaria há muito perdido

Lua Fantasmagórica

Elementos são básicos
E a evolução é necessária
Como uma fusão sobrenatural
Numa substância descumonal
Transformações quiméricas e bombásticas
Ocorrem de forma inesplicável
E são transmitidas em lendas
Fantásticas mas impossíveis
São obstáculos mentais impenetráveis
Que nos fazem pensar
E numa noite ponderar
Acerca das nossas acções do dia-a-dia
Olho para o céu e vejo estrelas
E entre elas uma lua fantasmagórica
Que me irriga com sangue fluorscente e saboroso
E me refresca eternamente
Para depressa
Roubar a minha alma

Linda Noite

A noite fascina-me
Por ter um ambiente acolhedor
E por ser mais interior
O sentimento que nela impera
A calma e o silêncio
Reinam nas noites profundas
Escuridão é o que se vê
E solidão o que se sente
Tudo sentimentos de paz
Mas esta está muito remota
Demasiado longe para ser escutada
Contudo é provocante
A sua presença nítida
E o ar fresco sufocante
Paira na atmosfera cintilante
Tornando o ambiente gratificante
Para todos os que pretendem continuar
E ao longo da noite amar
Sem ter medo de perder
Tudo o que custa ganhar

Grande Porra

Grande porra!!!
Já estou mesmo farto de tudo isto
Não há nada que me faça feliz neste momento
Estou realmente no fundo do poço
Um poço sem fundo e damasiado largo
Par me entalar e conseguir escapar
Mas deixo-me de tretas confusas e passo a factos
Têm sido desilusões atrás de desilusões
E nada mais que desilusões
Pessoas que pensamos serem uma coisa são outra
Pessoas que se dispersam e dissipam
Pessoas que são apenas pessoas
E nada mais que meras pessoas
Não se esforçam para ser mais que pessoas
Nem tentam dar passos em qualquer direccção
Apenas limitam-se a pensar nelas e no seu exterior
Deixando o interior abafado e a apodrecer
Muitos até já estão a cheirar a mofo
Outros estão completamente vazios
Extremamente raros são os que estão tratados
Eu infelizmente não conheço nenhum
Mas á difícil demais conhecer alguém assim
Vou ter que continuar a apodrecer por fora
E a destruír-me por dentro
Pois nada vai mudar
Nada vai mudar...

Encontrei-me

O inesperdo sucedeu
Algo que decerto não era previsto
E definitivamente era aguardado
Com fervor e pavor
Em agonia e sofrimento
De certa forma em segredo
Mantido por todos os elementos
De um culto pavoroso
Ainda pouco conhecido
E damasiado misterioso
Para se tornar público
Os seus integrantes são diferentes
Insatisfeitos com as suas mentes
Ponderam e vagueiam calmamente
Em busca de uma verdade inalcansável
Pretendem encontrar no seu interior
A sua essência exterior
E a sua beleza indispensável
Para um bem-estar indisponível
A um grande número de pessoas
Que pouco se procuram
Mas ao fim de muito esforço
Saem do maior labirinto que há
E encontram-se a si mesmos
Como finalmente me aconteceu

Crise De Identidade

Saber quem somos é espectacular
Pelo menos é o que dizem
Pois não sei se assim o é
Como não faço ideia de quem sou
Não tenho qualquer voto a este respeito
Várias identidades já usei
Mas nenhuma delas sei
Pois desvaneceram-se no meu pensamento
E deixaram-me sem personalidade
Estou na minha sombra
Sozinho com a minha essência escassa
Permanecendo calado e sombrio
Na esperança de voltar a existir
Para vencer os meus anjos de luz
E acalmar os meus demónios obscuros
Criar um ser infernal é o que anseio
Para mostrar ao mundo a minha ganância
E por fim apoderar-me de um corpo não humano

Acabou Mas Vai Recomeçar

Sentimentos remotos
Remorsos irreversíveis
Eram sentimentos por mim sentidos
Ao pensar ter agido mal
E pensava redimir-me
Quando uma bomba me caiu em cima
Fiquei totalmente destruído
Embora já soubesse que algo se passava
A traição e obstrução tiraram-me as defesas
E os danos causados foram irreversíveis
Finalmente tudo acabou
Mas por sorte vai recomeçar