O Futuro já não é tão risonho
E o Presente é tristonho
Como o Passado desmoronado
Morto por um suicídia
Que pôs fim à sua vida
No cantar de uma melodia
Que jorrava melancolia
Por ser demasiado triste
E ter muita solidão
Despertava ao pôr-do sol
Divertia-se durante a noite
E dormia nas horas claras
Vivia desesperadamente
Na tentativa de fazer o que achava certo
Mas essa obceção foi excessíva
E ao fazer o correcto
Suicidou-se com amor
Mais de duas vezes morreu
Reviveu sempre da mesma forma
E repetiu a sua morte
Na esperança de uma aceitação
Ou para chamar a atenção
Sempre o fez com paixão
Esta sempre foi em vão
E devolvida em sofrimento
Ódio e desprezo apareciam
Para lhe retirar a pouca força
E derrubá-lo na sua invenção
Uma máquina de morte e procriação
À qual faltava o coração
Do seu infiel criador
Que morreu desprezado
E ressuscitou menosprezado
Pronto a ser quem é
Sem receios nem certeza
Mas sempre de alma sofrida
A morte fascina-me
E já falei com ela
Mas recusei os convites
Porque sou esquisito demais para viver
Mas raro demais para morrer
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