terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Thougtless, Fightless

Não posso fazer nada! Definitivamente estou preso às correntes eternas de malévola vida, enterrado por mãos amigas no profundo azul do céu. Definho o meu destino de pouca existência vivenciada e parto para um desconhecido muito familiar.

Sempre foi assim, sempre será. As pessoas mudam mas no fundo nada vai mudar, tudo fará para sempre parte da mesma monotonia, da mesma silaba tónica com que se escreve au. Au porque dói, au porque aleija, au porque sim e ainda au porque não. Correntes, machados, lâminas e forquilhas; guerra santa mas pela santa paciência, não pela santificação de uma ínfima existência penhorada mas pelo desprezo de quem se renega a viver assim.
Um simples movimento, um simples toque num simples papel com um simples lápis. Nada mais é necessário, o caos máximo está instalado. Uma verdade distorcida, uma faca de dupla face enfiada na carne de um inocente, sangue a jorrar pelo chão da cozinha, pelo lavatório da casa-de-banho... Tristeza, não sinónimo de morte. Solidão, não sinónimo de desprezo. Existência, sinónimo de duração. A duração doentia de quem sofre e faz sofrer, de quem sofre e deixa sofrer, de quem sofre sem viver...

Embrulhado num pano quente, a aragem fresca não ajuda, os pássaros do anoitecer bicam a criança, na tentação de uma besta despertar...

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