sexta-feira, 8 de junho de 2007

O Prazer De Viver

Ensinaram-me, há já tempos
O que era realmente viver
Mas depressa o esqueci
Porque infelizmente vos conheci
E na escuridão me perdi
Para me acostumar
Para lá ficar
Sem ter de lá emergir
Aprisionado nas correntes do tempo
Que me magoam os pulsos fortemente
Que me ferem a honra e o orgulho
Que me arrancam toda a minha essência
Deixando-me a apodrecer nos confins do universo

Hoje sou uma caracassa sem vida
Que cambaleia pelos vales negros
Deste mundo desgraçado e destruído
Onde pessoas se mutilam para viver
E onde outros anseiam por morrer
Quando apenas há um ponto em comum
Sair deste ciclo infinito de mortes e nascimentos
Acabar com o sofrimento de gerações
Pois no fim todos vamos estar mortos
Vagueando pelas entranhas da Terra
As nossas almas sobrevoam os corpos decompostos
E viajamos para o desconhecido
Mais uma vez nos deparamos
Com o que já haviamos esquecido
Uma vida esbelta e monstruosa
Aquela pela qual todos esperamos
Mas todos a obtemos sem sabermos
E não a aproveitamos
Simplesmente borrifamo-nos nela
Como se fossse algum tipo de material
Insensível ao toque e à dor
Mas no fundo nenhum de nós sabe
Qual é o prazer de viver

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