Detesto quem é convencido
Que pensa que de tudo sabe
Que faz juízos de (não) valor
Tendo certeza do que diz
E afirmando, sim senhor
Não querendo ouvir opinião contrária
Pois tem medo de perder a sua autoridade
Peço que saibam (a sério) do que falam
Pesquisem em livros, internet, dentro de vós
Saibam conceitos importantes sobre a matéria
Ponham o vosso conhecimento em práctica
Deixem certas pessoas boquiabertas
Com a vossa extrema sabedoria
E recusem-se a conviver com pessoas diferentes
Que não se adaptam a vós
Façam tudo para lhes bloquear os caminhos
Pois pessoas dessas não merecem viver
Perto de gente de alta categoria são vermes
Não se comparando a nenhum de vós
Que não sabe os sentimentos da rejeição
Os sentimentos de estar na merda e na escuridão
Os sentimentos de se estar completamente só
Os sentimentos de estar bloqueado e mutilado
A sensação de isolamento e agitação
A sensação de destruição interna
A sensação de solidão eterna
Até mesmo quem nos é próximo se afasta
Não em corpo mas em alma
Todos no banco dos suplentes
E apenas nós ficamos em campo
A defender a nossa baliza
Que guarda a taça dos nossos cereais
Na qual todos os dias comemos o pequeno-almoço
Esta mesma é nos roubada
Por alguém sem piedade nem sentimentos
Mas essa taça, taça da eterna fartura
Acaba por ser roubada ao ladrão
Pois cada uma só tem um dono
E não quer estar em mais nenhum lugar senão junte dele
E quando vós gente importante
Já tiver aprendido algumas lições
Terá direito a fazer o seu juízo
Então a gente abaixo de verme dar-lhe-à ouvidos
Para que passe o testemunho
De senhor de alta categoria
A outros que lhe sigam as pisadas
Sem comentários:
Enviar um comentário